Mercado imobiliário prevê crescimento e estabilização de valores
Publicado em 03/02/2017

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A crise financeira causou danos aos mais variados nichos de mercado nos últimos tempos, com destaque para o mercado imobiliário. Entretanto, a perspectiva de todos os envolvidos nesse âmbito é de que os índices possam melhorar em 2017. O novo ano é visto como favorável para realizar negociações graças à diminuição da taxa de impostos e da consolidação de valores.

De acordo com um levantamento feito pela página imobiliária VivaReal, meio pelo qual são analisadas possíveis tendências e concepções do segmento levando em conta sugestões dos consumidores atingidos. Para cerca de 80% do público, os valores das propriedades imobiliárias devem permanecer no mesmo patamar em que se encontram atualmente e, por esse motivo, a maleabilidade na conciliação entre compradores e corretores promete crescer.

Aproximadamente 70% dos entrevistados manifestaram-se positivos em relação ao segmento imobiliário, ainda que estejam um tanto receosos com as condições financeiras do Brasil. Para os que ainda se mantêm pessimistas quanto à crise, as principais causas de descrença são alta variabilidade, perda de fôlego e impostos elevados. No que se refere à economia brasileira, as dúvidas dos consumidores vão de encontro a escândalos de corrupção e as crises política e financeira.

Desemprego

De acordo com Vinícius Costa, consultor jurídico da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), é praticamente impossível que os valores das propriedades aumentem. Estes devem manter-se estabilizados ou ainda sofrer uma pequena redução. “Não acredito que vá haver um aumento, pois a condição do país não favorece adquirir um imóvel por um preço mais elevado. Além disso, a taxa de juros baixou, mas ainda é consideravelmente alta e o mercado da construção civil já não disponibiliza mais tantos imóveis como antes”, conta.

Entretanto, de acordo com o profissional, as ações governamentais para estimular o negócio, como a disponibilização do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a diminuição da taxa de impostos, pretendem auxiliar na conquista da moradia própria. “A ideia de baixar os juros é interessante, pois dá uma condição melhor para adquirir imóveis em longo prazo. Como o financiamento depende do pagamento de várias prestações, às vezes em 360 meses, isso dá resultado prático em longo prazo”, afirma.

Vinícius lembra, entretanto, que o impulsionamento do governo pode não ser suficiente em muitos casos. “Se há um desemprego muito grande, ter coragem para assumir um contrato tão longo é mais difícil, afinal é um contrato de vários anos. O que acho que vai influenciar mais em curto prazo será a questão global da economia, se o desemprego vai cair e se as pessoas terão renda. Vale lembrar que precisa de uma entrada para adquirir um imóvel. Então, tem muitos fatores além da taxa de juros”.

Flexibilidade

De acordo com o levantamento feito pela página imobiliária VivaReal, grande parte dos corretores diz acreditar que o valor das propriedades continuará equilibrado, seja em relação à compra ou aluguel, em 2017. Por conseguinte, 58% espera que a flexibilidade na negociação seja mais ampla. A pesquisa mostra que 67% destes servidores se encontram otimistas quando o assunto em pauta é o segmento imobiliário, e 60% ainda prevê o crescimento das vendas.

Do mesmo modo que os corretores, as imobiliárias também acreditam que os valores continuarão equilibrados para compra e/ou aluguel. Uma ampla vantagem para quem planeja adquirir a moradia própria este ano é que grande partes das imobiliárias se mostrou aberta a negociações. Outro fator que beneficia possíveis consumidores é a tendência de que o abatimento dos juros também devem ser maiores em relação ao ano passado.

Contrastando os pontos de vista de cada perfil dos entrevistados, os consumidores estão mais positivos no que se refere à minimização de taxas e impostos do valor total de empreendimentos imobiliários, ao mesmo tempo em que os corretores e as imobiliárias estão convictos no equilíbrio dos custos.

Amostra

O levantamento foi desenvolvido entre os dias 11 e 23 de novembro do último ano. Foram consultados 1.545 consumidores, 482 corretores e 432 imobiliárias entre 25 Estados e 326 cidades do território nacional. Destes, 51% representam o público feminino e 49%, masculino. Grande parte é casada ou vive em união estável, e tem renda igual/superior a R$ 3.418 ao mês.