Setor imobiliário passa por reestruturação e volta a crescer
Publicado em 13/10/2016

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Profissionais experientes descrevem tímido progresso no ramo civil desde que foi despontada a crise econômica. O processo de “turnaround”¹ do mercado deve ser ainda mais consistente a partir de 2017. De acordo com empresários do setor imobiliário, a nova colocação do ciclo financeiro tem íntima correlação com a ambientação política em território nacional.

Indícios da tão esperada reestruturação posicional no setor imobiliário, desde que a crise financeira passou a ser sentida também em terras tupiniquins, começam aos poucos a tomar proporções significativas. José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), assegura que a situação do ramo imobiliário está em transformação. “Já começa a ter mais visitas em plantões e, quando se fazem sondagens com empresários, vemos que eles estão menos pessimistas. Não é nenhum ‘oba-oba’, mas há uma reversão de expectativas”. O especialista também conta que negociações continuam sendo feitas, ainda que em volume reduzido, e que devido a este fator, a área de comercialização deve tomar novos rumos. “Muitos prédios que estão parados vão começar a andar de novo”, conclui.

Elias Stefan Júnior, sócio proprietário do Grupo Alavanca em Sorocaba – SP, lembra que o processo de “turnaround” no setor ainda é bastante sutil. “Vemos alguns sinais de melhora, mas temos a sensação que, em meados de 2017, a recuperação do mercado seja mais evidente.” A nova colocação no setor, de acordo com o empresário, tem forte correlação com a atual fase política pela qual o país tem passado. “O mercado como um todo estava aguardando a definição do quadro político e início efetivo da disposição do governo na implementação das reformas econômicas necessárias.”

Porém, ainda é necessária muita atenção. A crise inserida nos últimos anos acarretará num processo de reestruturação mais sutil e concreta sobre as finanças brasileiras, que esteve operando a índices muito baixos. Por tal motivo, é preciso ter o máximo de cuidado no que se refere aos investimentos e à execução de possíveis vendas. A possibilidade de haver prejuízos ainda é consideravelmente alta.

Imóveis que estão sendo vendidos a menores valores são, por hora, os que concentram maiores índices de busca. Loteamentos populares e habitações conjugadas, além de casas e apartamentos que contam com dois dormitórios em média, estão na lista das propriedades mais negociadas. Imóveis comerciais e galpões ainda necessitam de um “turnaround” do sistema financeiro em um âmbito geral.

¹”Turnaround”: volta por cima, reposicionamento.