Queda na taxa de juros e a diminuição do desemprego norteiam a busca pela recuperação do mercado imobiliário 2017
Um sopro de esperança é o que podemos sentir ao observar o mercado imobiliário no Brasil, no primeiro semestre de 2017. A recessão econômica, os altos índices de desemprego e as elevadas taxas de juros causaram a queda no segmento nos últimos dois anos. Diminuição nas vendas, poucos lançamentos, redução nos preços dos imóveis e o aumento significativo dos distratos – jargão utilizado para a devolução de imóveis comprados na planta –, preocupam as incorporadoras. Entretanto, uma ligeira melhora na confiança do país poderá garantir ânimo ao setor no próximo semestre.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), nos primeiros cinco meses do ano, foram financiados R$ 16,8 bilhões em imóveis. Embora o montante seja 8,6% menor se comparado ao mesmo período do ano passado, em maio, 14,6 mil imóveis foram financiados nas modalidades de aquisição e construção, resultado superior (24,4%) ao apresentado em abril. O que sinaliza para uma lenta, porém progressiva, recuperação do crédito. O montante de financiamentos com recursos da poupança do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) também avançou em maio e bateu R$ 3,56 bilhões. Isso representa uma alta de 13,8% em relação a abril.
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O que as agências de risco dizem sobre o mercado imobiliário 2017
Agências de classificação de risco, como a Fitch Ratings, acreditam que a redução das taxas de juros e elevação do teto de financiamento com recursos do FGTS são medidas que podem colaborar para que o setor consiga se reerguer. Entretanto, em seu relatório a Fitch explica que há um intervalo de seis meses em média, entre o aumento na disponibilidade de crédito e o reflexo disso na demanda por imóveis. Portanto, talvez ainda não seja possível visualizar essa mudança no mercado imobiliário 2017.
O Banco Central (BC) vem sinalizando essa diminuição nos juros. Hoje, a Selic está em 10,25% ao ano, mas a expectativa do mercado é que o índice chegue a apenas um dígito, na próxima reunião do Copom, em julho. Além disso, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou no último dia 29 que a meta central de inflação continua sendo 4,5% até o ano que vem. E será de 4,25% em 2019 e de 4% em 2020. É a primeira redução na meta de inflação desde 2005. A medida cria a expectativa de preços mais estáveis, o que colabora na precificação e também nas taxas de juros dos bancos.
A diminuição na taxa de juros não é o único sinal positivo para a economia e o mercado de imóveis no Brasil. Confira algumas tendências apontadas por especialistas:
Novas regras de financiamento
No começo do ano, a Caixa Econômica Federal anunciou mudanças que já estão surtindo efeito. Com o teto do financiamento de imóveis ampliado de R$ 1,5 milhão para R$ 3 milhões – além do lançamento de uma faixa R$ 1,5 milhão no programa Minha Casa Minha Vida – as expectativas para o mercado imobiliário 2017 no segundo semestre são melhores. As alterações abrem mais possibilidades para a compra de imóveis e ampliam o público apto a financiar.
Produto Interno Bruto (PIB)
Em 2016, o PIB brasileiro caiu pelo segundo ano consecutivo. Entretanto, a expectativa é que, ainda este ano, haja um crescimento de 0,47%. A notícia tem deixado o mercado imobiliário bastante positivo. Isso porque o PIB é um indicador do comportamento da economia do país. Ou seja, o aumento no índice contribui diretamente para essa retomada econômica.
Taxa de desemprego menor
A regra é clara, quanto mais pessoas estiverem empregadas no Brasil, maiores são as condições do público de conseguir crédito e adquirir um imóvel. Com o crescimento do PIB, é esperado que a geração de empregos aumente. O mercado imobiliário sabe que a taxa de desemprego é um dos fatores decisivos para a recuperação do setor. Afinal uma pessoa desempregada não irá comprar um imóvel ou programar uma mudança.
Mercado imobiliário 2017: conclusão
É inegável que a economia vem apresentando sensíveis mudanças que já podem ser sentidas no mercado imobiliário 2017. A expectativa é que isso se intensifique no segundo semestre de 2017, para que no próximo ano seja mais provável a recuperação do setor. Agora, cabe aos corretores e imobiliárias manter-se motivados, ter disciplina e buscar melhorias nos processos. É muito importante que a rede de relacionamentos se mantenha ativa a fim de não perder possíveis oportunidades.
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