A maioria das operações imobiliárias na cidade de Joinville são as transações por permuta, principalmente enquanto o custo dos imóveis permeia na faixa de R$ 400 mil e R$ 600 mil. É o modo mais utilizado de negociação, uma vez que os investidores não querem dispor de seus recursos poupados. Resguardam-se, assim, de incertezas econômicas que podem vir a suceder e assimilam o bom desempenho dos investimentos financeiros.
– Outra tendência verificada desde o início do segundo semestre é o retorno do parcelamento direto dos consumidores com as construtoras. Um terceiro comportamento dos clientes é o aumento da busca por consórcio, uma estratégia no sentido de reduzir custos de financiamento imobiliário. Estes, habitualmente, embutem juros mais elevados – conta Elizandro Amorim, presidente do segmento imobiliário na Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), em entrevista ao Diário Catarinense.
O gestor menciona o início de uma próspera recuperação nas vendas, após o mercado estagnado por cerca de um ano e meio. Diversos profissionais que atuam nesse segmento concordam que, as propriedades imobiliárias que possuem maior pré-disposição de venda, são aquelas em que seu preço varia num âmbito de R$ 300 mil e R$ 400 mil. A permissão de descontos em imóveis neste panorama é bastante comum.
Além disso, contratos sobre imóveis com valor a partir de R$ 600 mil raramente acontecem com ausência de um financiamento. A tomada de decisão ao providenciar bens como estes são sujeitos, em grande parte dos casos, ao parcelamento de dívidas promovido por diversas agências bancárias ao longo de anos, variando de acordo com a declaração – ou comprovação – de renda dos candidatos a proprietários, cumprindo operações matemáticas próprias de cada banco.
– Há dinheiro rodando. Empresários com caixa alto estão comprando imóveis à vista, ganhando nos descontos. Constato, ainda, migração do tipo de imóvel procurado. A classe média está movimentando este nicho de mercado, saindo imóvel de dois quartos para o de três. Em linha, os apartamentos com mais de 100 m² já representam mais de um quinto (20%) das vendas.
O estilo de vida de pessoas que residem em casas, principalmente aquelas que já entraram na terceira idade, está em constante mudança. Uma parcela desta população dá mais importância atualmente à segurança pessoal do que a cerca de dois anos atrás. Isso se deve, de modo relativo, ao aumento constante da criminalidade nas grandes cidades. Assim, eles procuram por apartamentos como nunca antes.
Mesmo com a restrição no que se refere à privacidade, idosos compreendem a segurança como algo primordial. Os valores pouco têm transitado durante o último ano. E devem ser submetidos à valorização no ano que segue nas localidades em que a jurisprudência urbanística, a Lei de Ordenamento Territorial (LOT), ampliar o leque de edifícios e/ou conceder novas utilizações. Segundo corretores, estes aspectos devem gerar maior ambição pelo mercado imobiliário daqui em diante.
Outra atualização no comportamento do consumidor aponta que parte da elite residente na região norte do Estado visualiza possibilidades para além, inclusive, da região do Vale do Itajaí. Joinvilenses pertencentes às classes A e B, hoje em dia, buscam por propriedades em outras paradas. Se até então o sonho de consumo da maioria era possuir uma residência de verão em Balneário Camboriú, hoje Itapema está dentro do perímetro para um público com alto poder aquisitivo.